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ÁGUAS DO RIBATEJO NA OMS

 

Estudo da Águas do Ribatejo publicado no website da Organização Mundial de Saúde

OMS divulga Manual dos Planos de Segurança de Saneamento com contributos da investigação realizada em Benavente

O manual dos Planos de Segurança de Saneamento (PSS) foi publicado na passada sexta-feira, 22 de maio, no website da Organização Mundial de Saúde (OMS). O documento de 156 páginas reúne os contributos da investigação realizada pela Consultora Acquawise no Sistema de Saneamento de Benavente com a coordenação e acompanhamento do Gabinete de Qualidade da Águas do Ribatejo e o patrocínio da empresa municipal e do Município de Benavente.
O projeto patrocinado pela OMS aplica dados recolhidos em experiências desenvolvidas em nove países: Índia, Vietname, Uganda, Ghana, Perú, entre outros, sendo Benavente o único sistema da Europa presente no estudo.
O manual que pode ser visto em: http://www.who.int/entity/water_sanitation_health/wastewater/ssp/en/index.html, contém as regras e procedimentos para garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas no processo de recolha, encaminhamento e tratamento de águas residuais e encaminhamento das águas tratadas e das lamas. A investigação fez o levantamento de dezenas de riscos para a saúde pública e apresenta soluções para minimizar cada um dos riscos, junto dos operadores, técnicos e restantes utilizadores dos sistemas.
O Plano de Segurança de Saneamento aplicado em Benavente será adaptado para todos os outros sistemas de saneamento existentes nos sete concelhos onde a Águas do Ribatejo assegura o tratamento dos “esgotos” domésticos de mais de 150 mil pessoas e de dezenas de unidades industriais devidamente autorizadas.
A investigação realizada realça também as oportunidades existentes com o aproveitamento das lamas para valorização ambiental ou agrícola e o aproveitamento das águas tratadas, enriquecidas com Azoto total, fósforo ou potássio, para rega das culturas.

As principais ameaças são as descargas ilegais de efluentes perigosos, o transporte e deposição de lamas sem cumprir as regras de segurança e as obstruções nas redes de drenagens.
Esta foi uma das conclusões do debate sobre “Planos de Segurança de Saneamento” que decorreu a 27 de junho em Benavente com 130 especialistas de todo o país e a representante da OMS, Kate Medicott. O encontro serviu para apresentar este projecto piloto em Portugal e sensibilizar para a importância dos Planos de Segurança de Saneamento.
A investigadora da OMS realçou a necessidade de apostar na prevenção para evitar as consequências das más práticas para a saúde.
O Presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), Jaime Mello Baptista, enalteceu o fato de Benavente ter aceite este desafio e considerou que é urgente aprovar planos de segurança e aplica-los. “Temos de olhar para o perigo, antes da desgraça acontecer. O processo de tratamento de águas residuais (esgotos) é um filme que nunca sabemos como acaba”, referiu.

No processo de tratamento das águas residuais, a prevenção deve ser palavra de ordem. O presidente da ERSAR defendeu que este projeto piloto de Benavente deve ser replicado noutros pontos do país onde se produzem 600 milhões de m3 de “esgotos” e 500 mil toneladas de lamas por ano.
Na Região, a Águas do Ribatejo já tem em conta um conjunto de procedimentos para minimizar os riscos, mas Margarida Sousa, responsável pelo Gabinete de Qualidade da empresa, e coordenadora do Plano de Segurança, reconheceu que “há ainda muito por fazer”. Em relação ao aproveitamento das lamas para valorização, a AR já incutiu esta prática trabalhando com prestadores de serviços que lhe dão garantias de um processo seguro e cumpridor da legislação.
Carlos Coutinho, Presidente da Câmara Municipal de Benavente congratulou-se com a escolha da vila benaventense e referiu que este estudo já está a ter consequências porque permitiu realçar algumas das fragilidades do sistema de tratamento que começou a ser construído há 40 anos, com a boa vontade das comissões de moradores, mas sem acompanhamento técnico. “Aceitámos este desafio desde o primeiro momento porque acreditamos que a investigação é um investimento para o futuro e queremos aprofundar o conhecimento que temos sobre o nosso processo de tratamento de esgotos”, disse.

O Presidente da Águas do Ribatejo, Francisco Oliveira frisou a aposta que a empresa está a fazer na inovação e na investigação, sendo uma referência internacional. “Esta empresa tem uma vertente inovadora em vários planos e acreditamos que só conhecendo a realidade dos setores onde operamos, podemos encontrar as melhores soluções para resolver os problemas que todos os dias se colocam”.
Francisco Oliveira foi convidado a integrar os órgãos sociais da Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas integrando uma equipa que vai apostar na inovação e no estudo dos sistemas de modo a melhorar a qualidade e a segurança dos serviços prestados no abastecimento de água e tratamento de águas residuais.
A Águas do Ribatejo integra também o departamento de investigação e inovação da APDA e o projeto Watersense, constituído poer 10 entidades internacionais, envolvidas num estudo sobre águas subterrâneas que já mereceu o reconhecimento e certificação da Acqueau-Eureka.

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