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Até dia 16. “A Golegã continua a ser única no mundo”

 

Feira Nacional do Cavalo decorre até dia 16. “A Golegã continua a ser única no mundo”

Há um lugar onde pessoas e cavalos partilham o mesmo caminho, onde os cheiros dos animais e das castanhas se misturam, e o som dos cascos se cruza com o riso das crianças. Esse lugar é a Golegã, e a ocasião é sempre especial: a Feira Nacional do Cavalo.

Arrancou a 7 de novembro a 49.ª edição do certame que junta, numa só celebração, a Feira de São Martinho, a XXVI Feira Internacional do Cavalo Lusitano e a XLIX Feira Nacional do Cavalo. São nove dias dedicados à arte equestre e a tudo o que a envolve. Até 16 de novembro, o programa promete intensidade e tradição, com destaque para o Dia de São Martinho (11 de novembro) e para o fim de semana de encerramento.

O cavalo lusitano continua a ser a alma da feira, reunindo à sua volta toda a comunidade equestre na chamada “Capital do Cavalo”. Ainda assim, pelas ruas da vila desfilam diversas raças, acompanhadas por uma multidão que cresce de hora a hora.

Participantes, visitantes e comerciantes chegam de todos os pontos do país e também do estrangeiro — com destaque para os espanhóis, pela tradição partilhada e o amor comum pelos cavalos.

O Presidente da Câmara Municipal da Golegã, António Camilo, explica que é difícil contabilizar o número de visitantes numa feira franca, mas admite que a afluência é impressionante: “Há momentos em que é quase impossível circular. As estimativas apontam para que possamos ultrapassar o milhão de visitantes ao longo de toda a feira, mas veremos”, afirma.

“A Feira é de todos e para todos. Estamos aqui para receber bem quem nos visita, com simpatia, conforto e tradição. Entre tradição e inovação, a Golegã continua a ser única no mundo”, acrescenta o autarca.

A elevada taxa de ocupação dos alojamentos de turismo rural confirma o impacto do evento: há muito que a região se encontra esgotada, e até nos concelhos vizinhos já é difícil encontrar vaga.

Também o número de participantes nas provas equestres tem vindo a crescer de forma expressiva.
“Na prova de Dressage do primeiro dia esperávamos 20 concorrentes e tivemos 120. Isto mostra a vitalidade do evento e exige uma grande capacidade logística para acolher todos os cavalos e participantes”, sublinhou António Camilo.

O autarca destacou ainda o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da GNR, dos bombeiros voluntários e da segurança privada, reforçando que a segurança é uma prioridade, dada a grande concentração de pessoas e cavalos.

Entre as novidades desta edição está a candidatura da Feira Nacional do Cavalo a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
“A candidatura foi muito bem recebida pelo Ministério da Cultura e esperamos que seja aprovada nos próximos meses a nível nacional. Depois seguirá para a UNESCO, o que poderá demorar dois a três anos”, explicou o presidente, acrescentando que este reconhecimento será “uma mais-valia enorme para o turismo, os patrocínios e o bem-estar animal”.

Mantendo a homenagem iniciada em 2022, a Feira volta a celebrar os campinos, figuras simbólicas do Ribatejo, e este ano presta também tributo a Nuno Oliveira, mestre da arte equestre portuguesa.

No segundo dia de feira, as bancadas encheram-se para assistir às provas do Torneio de Portugal de Equitação de Trabalho, com as provas de Maneabilidade e Velocidade a decorrer no Largo do Arneiro e a prolongarem-se ao longo dos próximos dias, entre muitas outras atividades espalhadas por vários pontos da vila.

Pelas ruas, multiplicam-se as bancas e as cores: mantas, boinas, botas e casacos misturam-se com os produtos locais, numa feira onde os comerciantes da vila também saem das lojas para viver o espírito do evento.

Como é tradição, também à mesa se celebra a feira. Entre os aromas e sons do recinto, há tempo para provar os torricados, o Bife à Central com Molho à Brogueira, do emblemático Café Central, e muitas outras iguarias que fazem desta festa uma experiência para todos os sentidos.

V.C.

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