Caminhada Viver Santarém
Caminhada Viver Santarém mobilizou centenas de pessoas no centro histórico de Santarém
No passado dia 16 de fevereiro (domingo), mais trezentas pessoas participaram na Caminhada Viver Santarém, evento integrado no programa dos 40 anos do Festival Nacional de Gastronomia. Esta iniciativa, organizada pela empresa municipal Viver Santarém procurou aliar ao desporto à cultura, numa lógica de fruição cultural, sendo orientada para alguns aspectos gastronómicos do passado, com os quais os monumentos visitados se relacionam. O evento contou com o apoio do Museu Diocesano de Santarém, da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, da pastelaria Bijou e da Decathlon, parceiro técnico da empresa Viver Santarém.
O percurso iniciou-se no Convento de São Francisco, não tendo tido uma orientação cronológica, rumando à Igreja da Misericórdia, procurando evidenciar as diferenças arquitectónicas e históricas entre os dois templos, um com origem no século XIII e outro fundado no século XVI.
Abordaram-se também as obras de misericórdia as quais se relacionam com o cunho solidário que se quer imprimir a várias iniciativas do programa dos 40 anos do Festival Nacional de Gastronomia, salientando que das 14 obras a primeira obra corporal é “dar de comer a quem tem fome”.
O grupo rumou à Igreja de Santo Estevão, também conhecida com Igreja do Santíssimo Milagre onde foi narrado o episódio na base do culto religioso, bem como abordadas as diferentes perspectivas de enquadramento histórico do mesmo, dentro das várias visões do cristianismo, nessas épocas. Relaciona-se a temática com a presença da alimentação nos ritos religiosos e seu carácter sagrado na eucaristia. Do mesmo modo, foram também focados os aspetos das várias restrições alimentares naquele período para as três religiões dominantes (cristianismo, judaísmo e islamismo).
Ao longo da Caminhada os participantes foram interagindo com guia, o qual respondeu a algumas dúvidas.
No Largo Padre Francisco Nunes da Silva, referiu-se o colapso da Igreja do Salvador cuja ruína, em 1909. A visita depois orientou-se para a Igreja Nossa Senhora da Conceição (Sé Catedral) onde se focou a arquitectura do templo, bem como as funções anteriores de Colégio Jesuíta e de Seminário Patriarcal. Após a visita à Catedral, decorreu um momento gastronómico, com o apoio da pastelaria Bijou e do seu proprietário Paulo Oliveira, com explicação da origem bolo “pampilho”, como a partir da doçaria tradicional uma homenagem às tradições culturais do Ribatejo, sublinhado entre elas a importância do Festival Nacional da Gastronomia.
O grupo rumou depois à Igreja de Santa Clara, visitando o templo e as ruínas do complexo monástico. Focou-se a importância do património tumular da cidade, na base do epíteto “capital do gótico”.