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Ministro do Ambiente inaugurou obras em Riachos e Torres Novas

 

Novas ETAR estão preparadas para tratar esgotos domésticos e industriais desde que pré-tratados

A Despoluição do Rio Almonda deu hoje um passo decisivo com a inauguração dos novos Sistemas de Tratamento de Águas Residuais de Riachos e Torres Novas. O Ministro do Ambiente elogiou as iniciativas da Águas do Ribatejo e municípios, mas garantiu que vai haver mão pesada para os poluidores que mantiverem práticas ilegais.

O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva inaugurou hoje as novas estações de tratamento de águas residuais de Riachos e Torres Novas, emissários e estações elevatórias. As obras consideradas fundamentais para a despoluição do Rio Almonda e para a preservação do Paúl do Boquilobo, foram realizadas pela empresa municipal Águas do Ribatejo nos sistemas de saneamento de águas residuais de Riachos e Torres Novas e custaram cerca de 8 Milhões de Euros, com financiamento da União Europeia.
“Estas obras que resultam da articulação dos municípios com o Ministério do Ambiente para uma boa aplicação dos fundos do POVT/QREN, são um contributo importante para a despoluição do Rio numa altura em que o Ministério do Ambiente todos os dias recebe notícias de descargas ilegais. Estamos atentos e contamos com o apoio das autarquias , das autoridades e das populações para resolver este problema”, referiu o Ministro do Ambiente.
Jorge Moreira da Silva realçou o fato dos novos equipamentos estarem preparados para receber efluentes industriais pré-tratados, mas frisou que as empresas “não se podem dispensar das suas obrigações em matéria de obrigações ambientais” e garantiu um aperto da fiscalização perante uma plateia onde estava o Inspetor Geral do Ambiente, a direção e inspetores da Agência Portuguesa para o Ambiente e os comandantes da GNR que operam na região.
O Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas sublinhou a importância das empresas instaladas no concelho, mas alertou que não pode valer tudo. “Por mais empregos que garantam e por mais riqueza que criem, nenhuma empresa que promova ataques ambientais será uma mais valia para o concelho”, disse.
“Queremos empresas de qualidade, que criem emprego e valor, mas que sejam amigas do ambiente. Com a entrada em funcionamento destas ETAR já se nota uma melhoria significativa na Vala das Cordas e nas ribeiras que desaguam no Rio Almonda, mas não basta ter este sistema de tratamento, é necessário eliminar todas as outras fontes poluentes”, acrescentou.
O Presidente da Águas do Ribatejo, Francisco Oliveira, também Presidente da Câmara Municipal de Coruche destacou que os equipamentos hoje inaugurados refletem as preocupações e a sensibilidade dos autarcas que criaram e que deram vida à empresa municipal. “A AR já investiu 13 ME em Torres Novas e contamos investir 30 ME, um investimento que só foi possível neste modelo de gestão em que a solidariedade intermunicipal está bem vincada”, referiu. “Os equipamentos e infraestruturas que hoje inaugurámos custaram 8 ME, mas concluímos também obras na Brogueira, Vale da Serra e Casal João Dias.” explicou.
Francisco Oliveira disse que esta inauguração “é o iniciar de um novo ciclo em que Ministério do Ambiente, APA, Inspeção Geral do Ambiente, autarquias, empresas e cidadãos assinam um pacto de compromisso em procurar soluções para despoluição do Rio Almonda e para a preservação do Paul do Boquilobo, Património Natural de enorme valor, que integra a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO.”
Segundo o líder da AR, os Municípios em redor da Bacia do Tejo beneficiaram de investimentos significativos nos sistemas de tratamento de águas residuais para garantir qualidade nas descargas que são feitas para os rios Tejo, Sorraia e seus afluentes.
“A bacia do Rio Almonda tem registado, ao longo dos últimos anos, diversos episódios causados por focos de poluição com diferentes origens e consequências numa zona de grande sensibilidade ambiental.”, referiu.
Estas duas intervenções de grande envergadura, nomeadamente nos subsistemas de saneamento de Riachos, com um emissário de quase 2km, e de Torres Novas, estão preparadas para um universo temporal de 20 anos e para uma população equivalente de 35000 pessoas em Torres Novas e 40000 Em Riachos no final do Horizonte do projeto.
Estas obras beneficiaram dos fundos provenientes do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT). O líder da AR elogiou a disponibilidade e apoio da Presidente da Comissão Gestora. “Muito Obrigada Dra. Helena Pinheiro de Azevedo pela disponibilidade e pela eficiência.”
Francisco Oliveira enalteceu as orientações imanadas do Ministério do Ambiente, e o empenho do Ministro do Ambiente e do Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, também presente na cerimónia, “para que os recursos do POVT pudessem ser aplicados nesta área tão sensível como é a recolha, encaminhamento e tratamento das águas residuais.

Segundo o Presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira a entrada em funcionamento destes sistemas “é um passo importante para a resolução de um problema com graves consequências ambientais”. Pedro Ferreira convidou os presentes a verificarem a qualidade da água tratada e devolvida ao Rio Almonda. “Estamos convictos de que estas obras servem de exemplo para que outros atores regionais possam igualmente contribuir para uma maior sustentabilidade ambiental de toda a bacia do Almonda.”

Os novos sistemas, para além do tratamento de águas residuais urbanas, estão preparados para tratar alguns efluentes industriais pré-tratados desde que com prévia autorização e monitorização da Águas do Ribatejo. “Com esta abertura, contribuímos para a solução, sem facilitismos e com o rigor e eficiência que são exigidos nesta matéria.”, referiu Pedro Ferreira
O autarca realçou que “não podemos criar a ilusão de que estes novos sistemas de tratamento vão resolver todos os problemas de agressão ao meio ambiente e particularmente ao Almonda e ao Paul do Boquilobo.”
Segundo Pedro Ferreira, a maior ameaça irá prevalecer, “se não formos capazes de criar condições para que as empresas tratem os seus efluentes industriais em sistemas próprios, ou, nas nossas estações, desde que com o pré-tratamento adequado e o acompanhamento passo a passo dos nossos técnicos”.
A Águas do Ribatejo investiu 110 ME em obras de saneamento e abastecimento de água nos sete municípios onde presta serviços às populações: Almeirim, Alpiarça, Benavente, Chamusca, Coruche, Salvaterra de Magos e Torres Novas.

Cortesia:Nelson Lopes

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